Rolls Royce

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1 de janeiro de 2015
Um dia que entraria na história.
A primeira mulher a se reeleger presidenta irá tomar posse hoje.
Mas então porque Dilma Rousseff não está feliz?
Tanta coisa aconteceu entre o começo de agosto e o dia de hoje. Se apaixonou pelo seu maior opositor, o tucano Aécio Neves, ganhou as eleições em uma disputa acirrada, sofreu quando seu romance foi escancarado pela Veja e foi pressionada por opositores e base aliada a por um ponto final em sua história de amor leviana. Desde a fatídica semana da publicação da Veja da discórdia a presidente não vê mais o líder da oposição a não ser pelos noticiários, sempre lançando discursos de ódio ao governo e ao PT, o que para Dilma era como se raios privatizadores cruzassem seu coração e o partissem. Eles tinham conseguido lavar o cérebro de seu amor contra ela, e isso a matava aos poucos.
- Dona Dilma, o Rolls Royce já está a postos. Vamos?
A presidenta despertou de seus pesadelos internos e rumou até o luxuoso carro que conduziria a carreata da posse presidencial. Dessa vez sua filha não poderia lhe acompanhar ao carro, pois estava cuidando do filho que se adoentara. Seria apenas Dilma e a multidão.
Tão logo se acomodou dentro do carro e a petista recebeu a notícia de que a carreata teria seu início algum minutos depois do combinado, por motivos de segurança. Pegou seu celular e abriu qualquer site de notícias. Havia uma multidão muito maior do que em 2011, e Dilma se perguntava com que força governaria para todo esse povo que precisa tanto dela...
- Ah, Aécio... Deveríamos ser nós dois neste carro
- Então o Papai Noel deixou um presente atrasado pra você!
Dilma não podia acreditar no que seus olhos estavam vendo: era Aécio, o seu Aécio, a seu lado no Rolls Royce. Parecia um sonho virando realidade.
- Você? Mas como...?
- Como eu entrei? Fácil! Foi só dar um agrado pro segurança...
-Ora seu tucano corrupto...
Ah, como ela sentia saudades desse beijo, dessas mãos sedentas percorrendo seu corpo... Era realmente o melhor presente de boas festas que ela poderia receber nesse ano.
- Perdão, senhores, mas já podemos partir - disse o chefe da segurança
- Dil, eu sei que eu fui um canalha nesse último mês e meio, Eu precisava jogar o jogo deles pra ganhar tempo mas agora nada mais me importa, só você. - Aécio segura as mãos de Dilma - Pra sempre!
- Pra sempre, meu amor! Agora vamos porque temos um Brasil inteiro para saudar!
Dilma e Aécio seguiram para a carreata prontos pra enfrentar tudo e todos, pois sabiam que o amor é mais forte do que qualquer força política.
- A propósito, meu amor - Dilma fala no ouvido de Aécio - o nosso Filho do Brasil está a caminho!
O mineiro fica estarrecido com a notícia, dada por sua amada no meio da carreata, todos os flashes em cima dos dois. Ele só sabia chorar e sorrir, tamanha a alegria em seu peito. O que acontecera a seguir marcou o país e estampou todas as capas da semana: Aécio, movido pelo êxtase da paternidade, se sentou no banco do carro, abraçou a petista e beijou seu ventre, o receptáculo onde crescia o herdeiro da pátria. O povo vibrou e por onde a carreata passava  Dilma e Aécio recebiam uma grande carreira de palmas. Era o início de uma nova era para Dilma, onde o amor reinaria e, no que se refere a corrupção, ela não queria nem saber!
 
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